Os Mortos Não Morrem (2019)

Se no quesito direção o toque de Jim Jarmusch não demonstrou perder tanto assim em qualidade desde um (hoje já tão distante) Ghost Dog(1999), no que se refere ao roteiro, ahhh meus amigos... que diferença! Parece que a mão do diretor/roteirista não só morreu, mas se encontra em estado de decomposição avançada.

Os Mortos Não Morrem é um filme sonolento, disperso, autorreferente, displicente e carregado de um maniqueísmo primário. Não bastasse isso, ainda  traz uma das quebras de quarta barreira mais vergonha alheia que já tive a oportunidade de assistir. Várias situações bestas (que aparentemente só são bestas por serem bestas, e fica por isso mesmo) se sucedem, para incômodo crescente de quem assiste.

É sério. O roteiro parece saído das anotações num canto de caderno feitas por um adolescente rebelde entediado durante a aula. Metáforas imbecis e simplórias, estereótipos idiotas, previsíveis e forçados ao extremo, situações absurdas sem um bom suporte no roteiro que as justifique, e uma tentativa primária de dar um "discursinho politizado" (e extremamente hipócrita) contra a "sociedade consumista" como uma espécie de "lição de moral" no fim de tudo.

Pra fechar com chave de cocô, temos um elenco cheio de gente boa que parecem ter ficado entusiasmados em ser chamados pra um filme do cara, mas perceberam tarde demais a bosta horrorosa em que estavam se metendo. Uma bosta fedegosa, daquelas que você limpa e o fedor ainda fica.

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