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Os comos e os porquês.

Eu gosto muito de filmes. Passei a infância nos anos 80 e a adolescência nos anos 90 assistindo filmes. Ruins, bons, blockbusters, baixo orçamento, americanos, europeus, clássicos, ou recentes não importava. Eclético desde sempre, eu deixava que os filmes viessem e absorvia o que podia da experiência. Nessa vida de espectador, o exercício de assistir aos filmes, independente do quanto eles fossem bons ou ruins, fazia todo sentido pra mim. Até mesmo quando anos depois acabava revendo algum deles e descobria que não era tão bom assim, eu sabia que eu tinha crescido, que o filme continuava o mesmo e quem tinha mudado era a minha visão das coisas. Isso, de certa forma isolava a experiência no momento em que ela tinha sido vivida, e assim absolvia o cinema aos meus olhos. E a vida seguia.

Só que chegou o século XXI e algo aconteceu. Comecei a ter dificuldade para dizer se certos filmes eram bons ou ruins. Descobri que a estranheza não era minha, eram os filmes que eram cada vez mais estranhos. E essa estranheza nem sempre era boa. Descobri que por mais que eu tivesse mudado com o passar dos tempos, a culpa não poderia ser toda minha. Hollywood estava diferente. O mundo estava diferente. Os filmes não eram mais os mesmos. Enquanto a primeira década do século XXI escorria pela ampulheta, eu achava cada vez mais difícil me conectar com os filmes. Até que no fim da década, todo mundo começou a falar o que eu já vinha percebendo bem discretamente há um tempo... A indústria do cinema como um todo estava em crise. Não por falta de dinheiro, nem por falta de tecnologia, nem por falta de opções. Simplesmente se esgotou.

A questão toda por trás desse blog, acabou ficando assim: não quero fazer análise de mercado, nem levantar questões profundamente conceituais. Sou apenas aquele garoto dos anos 80 que via filmes decentes, resultado de quase um século de bom cinema, e que agora vê esse tipo de material com cada vez mais raridade. Sou um indivíduo que chegou ao ponto de ver mais emoção e qualidade de interpretação num reles capítulo de um seriado americano do que num filme vencedor de palma de ouro em Cannes. Então, já que eles resolveram bagunçar com o mundo do cinema, eu também quero meu pedaço.

Vou usar este espaço apenas para desabafar minha indignação com a decadência (talvez nem seja esse o melhor termo, mas já que está, deixa ficar) do cinema atual. Vou usar este espaço pra destacar as características que fazem com que a média dos filmes atuais esteja tão aquém do nível de qualidade que a minha geração ainda teve tempo de testemunhar. Vou ser parcial, irônico, sarcástico e rabugento. Enfim, criei esse blog só pra dizer: Que Filme Bosta!

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