Blackhat (ou Hacker) (2015)

Sabe quando um filme tem várias características que podiam torná-lo se não um sucesso, pelo menos um bom filme, que garantiria alguma diversão? E sabe quando mesmo com essas características, por conta de algum alinhamento planetário estranho, ou alguma caveira de burro simbólica enterrada sob algum set de filmagem a promessa não se cumpre e o projeto desanda feio? E quando eu digo desanda, é no sentido intestinal da coisa mesmo.
Tínhamos em Blackhat (ou Hacker, parece que o filme tem dois títulos) a direção de Michael Mann, que dispensa apresentações depois de ter dirigido O último dos moicanos, Fogo contra Fogo e  O Informante. Tudo bem que ele andava sumido depois do fracasso monstro da tentativa de série "Luck" de 2011, mas ainda assim um filme novo dirigido por ele prometia muito. Com um enredo atualíssimo, tendo como homem de frente um cara extremamente popular que já provou não ser "só mais um rostinho bonito"  e que consegue segurar bem um filme como protagonista mesmo não sendo um ator dos mais habilidosos, o que poderia dar errado? Bem, até agora eu confesso ainda estar tentando entender como tanta coisa pode dar errado, mas grande parte dos problemas do filme, para ser justo com o Srs. Mann e Hemsworth, estão muito mais no roteiro, no enredo e nos diálogos do que na direção ou na atuação.
Nesse filme, tive o desprazer de assistir alguns dos diálogos mais horrorosos que já vi num filme dito "grande". A "dupla romântica" do filme também concorre seriamente ao prêmio da mais sem química que o cinema já testemunhou. A dinâmica da trama dos agentes do governo americano perseguindo e investigando o hacker misterioso, descrita de forma altamente confusa e irreal, e para coroar o monturo de estrume que esse filme se tornou, a sequência e o confronto final, dignos de um filme do Uwe Boll em seus piores momentos.
Uma verdadeira bosta, que pode fazer tanto mal ao seu cérebro quanto um vírus ao seu computador.

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